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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Uso da força

Esse é um tema que sempre surge uma nova forma de ser abordado por algum especialista de terno e gravata que está sentado atrás de uma mesa com o ar ligado com todas as condições para uma inspiração e criar um novo termo ou forma de atuação. Na prática nunca mudou nada, pois o operador da aplicação da lei treinado sempre esteve na linha de frente e tenho certeza que nunca mudou sua forma de atuação, pois se fez algo além do que deveria respondeu por excesso, se fez algo a menos, apanhou ou deu mais trabalho do que deveria. Por isso entendo que o profissional bem treinado está acima dessas balelas que inventam na ONU e vem descendo até chegar no operador. 

Baseado nessa minha visão, quero comentar sobre alguns termos usados sobre o uso da força tendo como exemplo sempre uma pessoa causando tumulto e que precisa ser contida pelo operador para facilitar o entendimento. 

  • Uso progressivo da força. O uso progressivo da força tem a ver com a mudança de um nível para o outro. Não vamos aumentando de acordo com com a força utilizado pelo homem que esta causando tumulto (isso é outra coisa). Por exemplo: contemos o homem que está causando o tumulto com uma imobilização e, nesse momento, várias pessoas se aproximam com paus e pedras e sacamos a arma. Saímos das técnicas de imobilização para o nível da arma letal. O cenário me obrigou a sair de um nível e subir para o outro. Isso é uso progressivo da força. 

  • Uso diferenciado da força. O diferenciado são as opções que tenho no cinturão ou a disposição da guarnição. No exemplo do homem causando tumulto, não significa que vamos ficar usando vários equipamentos, indo de um para o outro, como já ouvir dizer. O operador treinado tem a sua disposição alguns equipamentos e vai escolher o mais adequando no momento. A sua utilização precisa ser certeira. Tenho diferentes equipamentos e vou escolher um que me seja mais vantajoso nesse determinado momento. Todo operador precisa ter, no mínimo, dois equipamentos não letal no cinturão que será escolhido de acordo com a necessidade. Se alguém tem dez equipamentos no cinturão e fica usando dois ou três tipos em uma mesma ocorrência, as chances de ter algo errado na forma que está atuando são grandes.

  • Uso proporcional da força. Em que momento de uma contenção eu tenho que usar a mesma força daquele que está sendo contido? Seguindo ao pé da letra, vamos empatar, pois proporção significa na mesma quantidade. A força para conter precisa ser maior para ter efeito. Esse termo não existe no dia a dia. Se alguém me mostrar onde aplicamos isso vai ser de grande importância, mas imagino que a explicação virá daquele engravatado que falei no começo. 

  • Uso moderado da força. Nesse caso, saímos do empate para a surra. Se usando a força proporcional a possibilidade é de 50/50, usando a força moderada é pedir para apanhar na rua. O operador não pode moderar (numa ação o operador tem que ser enérgico,contundente e rápido) . O que ele não pode é cair no excesso. 

  • Uso necessário da força. Esse é o temo correto para o bom profissional. Ele vai usar a força necessária para conter o homem que está tumultuando. Antes de usar a força necessária, seu treinamento faz ele repassar rapidamente em seu cérebro e verificar seus equipamentos e escolher o que é melhor naquele momento (Uso diferenciado). Se houver uma necessidade de sacar sua arma no momento da contenção, seja para a pessoa que está sendo contida ou para as pessoas que estão em volta, ele saca sem medo, pois reconhece a necessidade da ação (Uso progressivo). Ele é profissional e o seu treinamento é contínuo.




O treinamento é sempre a melhor arma em qualquer situação. Enquanto isso, deixamos os "entendidos" discutirem sobre o que é e o que não é bom...






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