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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Cracolândia: Condições para o Guarda municipal vs usuários

A cracolândia em São Paulo é algo que assusta em todos os sentidos. Assusta a imagem que temos da região, as pessoas largadas como animais nas ruas, o lixo, o cheiro, as drogas...  Mas o que assusta de verdade é ver como os Guardas Municipais trabalham no local. Não pela competência, pois isso é inquestionável, mas pela falta de estrutura para garantir o mínimo de segurança e para a saúde. Um lugar como a cracolândia merece um investimento pesado em equipamento de segurança para os profissionais envolvidos. O valor investido para a segurança pessoal dos Guardas Municipais seria menor do que gastaram para fazer um prédio e seus benefícios para os usuário dessa área, por exemplo. 

Diante desse problema, separei algumas fotos, que falam por si só, para mostrar como é o investimento com os usuários da cracolândia e com os Guardas Municipais, que estão trabalhando no local. 



ESTRUTURA DA GCM                                 X                       ESTRUTURA CRACOLÂNDIA

A GCM dispõe de um ônibus velho que serve como base na cracolândia. Segundo os Guardas que trabalham na região, o banheiro está quebrado e tem um bebedor de água e alguns lugares para descansar. Próximo, também tem um ônibus de monitoramento, mas este é destinado apenas para os guardas que trabalham monitorando a região.






Os usuários possuem um centro de convivência que foi inaugurado recentemente e custou 8,8 milhões com academia, salão de beleza, assistência social e vários outros serviços. 






Os GCMs utilizam o banheiro de uma empresa que está localizada próxima ao Lgo Coração de Jesus e o da Sala São Paulo (um favor)

A atividade física do GCM está limitada a uma portaria que permite que seja usada uma parte do seu dia de trabalho para esse fim, mas que não acontece porque depende de ser autorizado pela chefia de onde está lotado, pois o GCM precisa ser acompanhado por um profissional formado em Educação Física para praticar qualquer atividade. Ná prática, não fazem atividade física. 






Uma academia de primeiro mundo que conta com o trabalho de profissionais gabaritados que atendem os usuários a qualquer momento. Qual quer usuário pode praticar as atividades do centro de convivência e são atestado pelos próprios médicos que estão a disposição do programa "recomeço".







Os GMs ficam expostos ao cheiro horrível do lixo da cracolândia, sem luva e máscara de proteção (quando usam, é devido uma doação de alguma empresa local). Qualquer pessoa da área de saúde sabe dos riscos de doenças que podem ser transmitida pelo ar, quando agitado os cobertores desses usuários e do contato com seus pertences. 






O usuário da cracolândia tem onde tomar banho, escovar os dentes, cortar o cabelo a qualquer momento. Existem programas para qualquer coisa que imaginarem. Programa em prol da saúde, combate as drogas, atividade física... Imagine algo e logo voce descobre que existe alguém com um projeto parecido no local.









A única equipe da GCM que tinha equipamentos para trabalhar na cracolândia foi retirada do local a pedido dos próprios usuários, pois achavam que a imagem deles usando equipamentos assustavam os frequentadores do local (e voce, o que acha?)







Além dos vários programas que existem na região da cracolândia que garante a alimentação dos usuários, existe, tambem, um bom prato. Este programa do estado garante uma boa alimentação, seguindo a risca a orientação de um nutricionista, com um preço acessível, R$ 1,00.








O GCM recebe um valor incorporado ao salário para se alimentar diariamente. No caso da cracolândia, as opções são poucas para sair da região e almoçar. Um restaurante da região concede uma gentileza com um valor mais  baixo para os GCMs não precisarem ir tão longe para se alimentar. Vários comerciantes apoiam a presença da GCM no local.

É tão comum ver a Guarda Civil Metropolitana misturada ao cenário da cracolândia que temo um dia encontrar um programa específico para retirar guardas envolvidos com crack.




O grande erro desse país é escolher uma ponta e investir. Não se pode escolher um lado da corda e puxar. Na cracolândia investem nos usuários e não investem na mesma proporção nos profissionais envolvidos. Garante os direitos humanos de um e não garantem o mínimo do outro. Se o programa dará resultado, isso nao sabemos. O que sabemos, com certeza, que as condições de trabalho que enfrenta os GCMs no local, se não mudar, trará resultados negativos para esses profissionais.


                                                                                                           

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